RONDON E MALHADOR: RENOVAÇÃO E SAUDADE
O texto que se segue é um misto de, homenagem, reverência, gratidão, saudade e agradecimento por tudo que representou a passagem do Projeto Rondon por Malhador.
Tive a oportunidade de conviver bem de perto com todos eles já que antes de se instalarem, conheci a professora Vera Haas, a primeira a chegar para verificar as acomodações e, na segunda-feira, 21 de janeiro, eu já estava lá, acompanhando toda a equipe. Na segunda à noite, fomos recepcioná-los em Aracaju e, na terça de manhã, fomos finalmente esperá-los com toda pompa. Finalizando a recepção na terça à noite, com a apresentação do “Acorda-vem-ver” e a abertura oficial da temporada dos rondonistas em nossa cidade. Quatro professoras: Vera, Daniela, Renata e Luciana; 16 estudantes: Franklin, Rodrigo, Franci, Felipe, Renan, Rosangela, Renata, Bruna, Cristina, Carime, Isadora, Thaíse, Flaviano, Mariélen, Joseane, Alex e um anjo protetor de todos eles: Rafael. Este os acompanhou em todos os instantes. Vindos de regiões com realidades bem diferentes das nossas, enfrentaram com heroísmo nosso costumeiro calor, integraram-se de tal forma, homogeneizaram-se de tal maneira que não há um só malhadorense dos mais de 1500 participantes dos cursos, oficinas, palestras e gincanas que não sinta a falta dessas meninas e meninos que fizeram aqui uma espécie de festa que durou quase duas emanas, mas, que pra gente, parece tão pouco. Ensinavam à medida que aprendiam. Palavras novas, expressões nunca ouvidas. Gente!!! O susto com o caranguejo! Um susto recíproco porque o vendedor de caranguejo pensou tratar-se do pessoal do IBAMA. A comida, as frutas, as danças, a feira, o jeito de falar, não só o nosso, o deles também era uma atração. A participação do povo, isso foi um capítulo à parte. Meu Deus! Como esse povo de Malhador gosta de aprender, gosta de ouvir o novo, gosta de viver experiências e de se situar no mundo. Esse povo encantou gaúchos e paulistas que a todo instante eram chamados a abrir turmas novas ou repetir oficinas porque a procura era grande. O povo queria vê-los em ação, interagir com eles, aprender, em fim, dizer: “eu estou aqui”. Questiúnculas à parte, não se pode negar que foram dez dias de renovação. A presença do Projeto Rondon em Malhador, a despeito do projeto só chegar até populações em que o IDH é baixo, foi um presente para nós. Foi um afago no ego de uma população que estava se sentindo altamente desvalorizada. É como se tivéssemos sido alçados à condição de alguém que depois de uma fase ruim merecesse uma compensação e esta se fez da melhor forma possível. Segundo a professora Vera Haas, o Projeto Rondon só passa uma única vez pelas cidades, ou seja, eles enquanto participantes do projeto, não voltam mais. Mas eu pergunto: qual malhadorense não gostaria de desfrutar da companhia maravilhosa que foi, esses professores e alunos para nós? Ficamos com a saudade e o aprendizado de que esses dez dias nos proporcionaram. Quem sabe um dia eles voltam pra nos visitar não é mesmo? Se a recíproca for verdadeira, o sentimento de saudade se instalou dos dois lados e quem sabe nós não possamos visitá-los. Uma coisa é certa, seremos eternamente gratos pelas amizades que fizemos e por todo conhecimento adquirido com a vinda do Projeto Rondon para Malhador. |
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