O brasileiro era, ate então, conhecido como um povo acomodado do ponto de vista da mobilização social. À exceção de alguns momentos da nossa história, como manifestações estudantis em 1968, “Diretas já” e “Caras Pintadas”, o cidadão comum não acostumava, em seu dia-a-dia, lutar contra as injustiças sociais e exigir das autoridades maior respeito com a coisa pública.
O nosso comodismo chegava ser motivo de chacota pelo mundo afora, pois quase tudo no Brasil terminava – ou termina – em futebol, carnaval e pizza (como se diz no jargão político)
Agora em 2013, a situação de comodismo está dando lugar a uma onda de protestos que ocorrem nas capitais e cm cidades do interior. Uma massa composta por jovens, adultos, idosos, desempregados, donas de casa, estudantes, trabalhadores e gente de toda espécie não estão nas ruas somente por causa de um transporte público ruim e caro, mas também para protestar contra todas as injustiças.
Como pode um país que alega dificuldades econômicas, que diz não ter recursos para reajustar salários da classe trabalhadora, que oferece serviços públicos de péssima qualidade, que deixa o cidadão morrer à míngua, gastar bilhões de dólares com a construção de estádios?
Tudo bem que o brasileiro goste de futebol, mas há outras prioridades urgentes a serem atendidas, como saúde, educação, emprego e melhor distribuição de renda. A Copa poderia ficar para a “próxima vez” como sempre ficam para a “próxima vez” as necessidades do nosso povo.
Sou a favor dos protestos, manifestações e da indignação popular, porem não concordo quando verdadeiros delinquentes se infiltram na multidão para promover atos de vandalismo e violência contra as pessoas ou contra o patrimônio público ou privado. Que a voz do povo seja ouvida para que as mudanças ocorram. Já.